17 de outubro de 2011

Bike pesa menos no bolso

Desistir da ideia de comprar um carro e usar uma bicicleta para ir ao trabalho todos os dias pode significar uma economia de até R$ 2.700 por ano, segundo um estudo da Coppe, o programa de pós-graduação em engenharia da UFRJ. Cálculos dos pesquisadores mostram que pedalar consome aproximadamente R$ 0,12 por quilômetro - um sexto da despesa referente a veículos movidos a gasolina, que chega a R$ 0,76.

O levantamento, coordenado pelo aluno de mestrado Marcelo Daniel Coelho, levou em conta o preço de uma bicicleta nova, a compra de acessórios, a depreciação e a manutenção do equipamento. A pesquisa foi feita com base em percursos de 20 km por dia no Rio e em Porto Alegre, simulando os trajetos de ida e volta para o trabalho durante a semana.

A média anual de gastos com uma bicicleta na capital fluminense é de R$ 519, levando em conta sua compra e a substituição periódica de peças, como freios, correntes e pneus. O custo da pedalada ficou abaixo do uso do carro a gasolina (R$ 3.219 por ano), da moto (R$ 2.029) e até do ônibus (R$ 1.367).

"O gasto inicial com a compra de um automóvel é muito alto, o que favorece a bicicleta nessa comparação. Em vez de gastar R$ 30 mil para comprar um carro, eu posso pagar R$ 600 em uma boa bicicleta e aplicar a diferença em um fundo de investimentos, por exemplo", explica Coelho.

Além do custo relativamente baixo, a bicicleta também supera o carro particular pois não paga impostos anuais, como o IPVA, e dispensa o consumo de combustível. Para o pesquisador, é preciso expandir a estrutura disponível para ciclistas para evitar um excesso de veículos nas cidades brasileiras. "A bicicleta não precisa ser um transporte direto para o trabalho. Ela pode servir como um meio de integração a sistemas de transporte público", diz Coelho, que defende a instalação de bicicletários em pontos de ônibus, e estações de trens e metrô.

No Rio, a prefeitura promete expandir a estrutura de bicicletários para facilitar o acesso de ciclistas aos meios de transporte de massa. Enquanto isso não acontece, o prefeito Eduardo Paes permitiu que bicicletas fiquem presas a postes, desde que não obstruam o trânsito de pedestres e veículos.

Também foram criadas na cidade 13 zonas preferenciais para ciclistas, em que a circulação de carros fica restrita à velocidade máxima de 30 km/h. Segundo o subsecretário de Meio Ambiente do município, Altamirando Fernandes, a medida tem o objetivo de criar vias preferenciais para o uso de bicicletas, mesmo onde não há ciclofaixas. "É impossível ter uma rede cicloviária que cubra toda a cidade, então podemos criar ambientes amigáveis para os ciclistas", afirma Fernandes.

Com base nas contas apresentadas na pesquisa da Coppe,  Zé Lobo  calcula que conseguiu economizar quase R$ 30 mil desde que decidiu vender seu carro, há 11 anos. Ele passou a depender apenas da bicicleta - apelando para táxis ou carros alugados quando fosse necessário.

"Como eu já usava bicicleta para ir a reuniões e eventos, meu carro ficava parado na garagem quase todos os dias. No início de 2000, quando chegou a hora de pagar o seguro e o IPVA, achei melhor vender e depender só da bicicleta", conta ele, que é presidente da ONG Transporte Ativo.

Lobo também cobra a implantação de mais ciclovias nas cidades, mas garante que a circulação de ciclistas e motoristas nas mesmas vias é possível e seguro, desde que todos respeitem as leis de trânsito. "Pode ser apavorante pedalar ao lado de carros quando não há ciclovias ou ciclofaixas, mas é apenas uma questão de adaptação. Um motorista que acaba de tirar sua carteira de motorista também tem medo, mas percebe que é uma atividade segura depois que se acostuma", compara.

Fonte:   Reportagem de Bruno Boghossian - O Estado de São Paulo em 26.09.11

16 de outubro de 2011

Estudo Mobilize 2011

19 de agosto de 2011

Vida de Ciclista: o prazer de sentir o mundo sobre duas rodas



Com ou sem destino. Sozinho ou acompanhado. Não importa. Ter a certeza de que ao fechar os olhos se reconhece a liberdade no rosto, entre os cabelos. Sorrir. Chorar. Ver o mundo girar.

No trânsito, entre montanhas, em todos os lugares e ao mesmo tempo. Isso também não importa. Eu aqui, você ali, ele acolá. Juntos! Superando obstáculos, bueiros, buracos e o desrespeito, mas conquistando a admiração daqueles que nos vêem passar.

Admiração, o início da paixão.  Então, amanhã dividiremos o mesmo vento? O ciclista te viu sorrir. Se não fosse o capacete, talvez questionasse o brilho dos seus olhos. Ela realmente é linda. Simples e encantadora. E tem um mundo a te apresentar.

Achar que conhece o mundo é um equívoco, uma infâmia! Não és mais criança que sabe tudo ou adolescente que “tudo conhece”. Enxergar o mundo por frestas pode ser bonito. Mas se deslocar em uma caixa com janelas, portas e paredes não é tão agradável quanto parece.

Muito mais do que ver, o prazer está em sentir. Ver e sentir. Uma mistura de paixão, estilo ou hobby. Mais uma vez, tudo ao mesmo tempo. Aliás, por aqui tudo é assim: intenso e indefinível. Um a zero para a emoção!

Ela sempre ganha. Inclusive dos números. Na infância, era um brinquedo, e hoje, a analista de sistemas se emociona no vai-e-vem pela cidade. Os números são racionais? Conto do vigário. E a criança, realmente sabe tudo.

Não há idade, cedo ou tarde, oito ou oitenta. Mas aos 60 decretou: “É o meu recomeço”.  Sozinho já caiu, levantou, caiu e desistiu. Mas decidiu que a força de vontade fala mais alto para aqueles que não sentem o tempo passar.

São tantos personagens...  Raqueis, Nicolas, Julianas, Joãos, Millas, Thaises, Robertas. O alfabeto é pequeno e os pedais altos para alcançar o caminho que está aos seus pés. As letras se repetem e os pés não tocam o chão. E não poderia ser diferente.

Vida de ciclista é assim: vai e volta, leva e traz, quando vai, leva alguma coisa, quando volta, vem com novidade. Rápido ou devagar. Amor, prazer ou liberdade. E uma surpresa em cada curva.


Parabéns a todos que têm a bicicleta como protagonistas em suas vidas. Seja por hobby, prazer ou transporte.  Em homenagem ao dia, que tal reunir os amigos, pegar a bicicleta e dar uma volta pela cidade? Melhor comemoração, não há.

Texto: Roberta Araújo - Jornalista na VeliMobi 
Ilustração: Milla Scramignon - Design e Ilustração 



10 de agosto de 2011

EVENTO: BICIRIO - FÓRUM INTERNACIONAL DA MODALIDADE POR BICICLETA

Envio de Trabalhos e Inscrições abertas para o BiciRio

Visite o site www.bicirio.com.br

3 de agosto de 2011

O que é prioritário, afinal, Brasil ?!


Foi divulgado na última quarta-feira o novo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre a mobilidade urbana no Brasil que constatou  que  a cada R$ 1 investido em transporte público,  o governo concede R$ 12 em incentivo para carros e motos.  A pesquisa atribui a essa relação de valores, os constantes records batidos sobre a vendas de veículos particulares em todo o país, e por consequência obvia, o aumento das horas perdidas em congestionamentos em nossos centros urbanos.

"Muitas vezes, essas políticas não são percebidas claramente pela população por envolver omissão do poder público", diz o texto.

Entre os subsídios considerados pelo Ipea está a isenção de IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) dada aos carros de baixa cilindrada, os chamados carros populares.

"Enquanto os veículos acima de 2.000 cilindradas pagam 25% de IPI e aqueles entre 1.000cc e 2.000cc pagam 13%, os veículos de até 1.000cc pagam 7% e os comerciais leves, 8%". Por 1.000 cc, entende-se veículos 1.0.

Considerando essas variações de percentual por categoria, o instituto estima que o governo deixe de arrecadar entre R$ 1,5 bilhão e R$ 7,1 bilhões somente com a isenção do IPI por ano. Já os ônibus e trens recebem de R$ 980 milhões a até 1,2 bilhão em isenção de impostos.

O instituto ainda calcula que o governo deixa de arrecadar cerca de R$ 7 bilhões ao ano dando estacionamento gratuito aos carros nas vias públicas. Vale ressaltar que o Ipea considera esta estimativa conservadora, uma vez que o valor médio de estacionamento utilizado para o cálculo foi de R$ 3 por quatro horas.

Somados a isenção do IPI com a dos estacionamentos nas vias públicas, os veículos individuais recebem aproximadamente 90% de todos os subsídios dados pelo governo para mobilidade urbana.

Carlos Henrique Ribeiro de Carvalho, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, defende o equilíbrio da distribuição financeira de recursos.

- Nós defendemos que o governo destine mais investimentos na infraestrutura da mobilidade urbana, pois o aumento do uso de veículos particulares aumenta a poluição, os congestionamentos e o número de acidentes nas regiões metropolitanas.

Inflação

Além da questão do subsídio, o estudo apontou outras razões para a piora do transporte público do país. De 1995 até hoje, as tarifas de ônibus subiram cerca de 60% mais que a inflação. Para chegar à conclusão, o instituto considerou o INPC (Índice Nacional de Preços do Consumidor), que é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) todos os meses. 

O Ipea colheu dados de dez regiões metropolitanas (Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Brasília) e da cidade de Goiânia.


Outro dado trazido pelo estudo é que o brasileiro perdeu mais tempo em média no trânsito em seu deslocamento da casa para o trabalho. Baseado em cálculos das Pnads (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 1992 e 2008, o Ipea concluiu que o tempo médio subiu de 37,9 minutos para 40,3 minutos. Houve também um aumento na quantidade de pessoas que ficam mais de uma hora no trajeto de casa para o trabalho, de 15,7% para 19%.

Esses dados apenas demonstram as prioridades políticas de investimentos para a mobilidade urbana estão fora de ORDEM e precisam ser revistas imediatamente se quisermos conter a degradação do trânsito nos centros urbanos.

Fonte: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada 

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Um 2011cheio de carro para você

12 de julho de 2011

"The Bicycle City" - Conheça essa outra história


Essa é mais uma incrível história na qual a bicicleta se apresenta não como coadjuvante, mas como  protagonista na transformação de uma comunidade devastada pela guerra em uma economia próspera.
  
 A cidade de bicicleta é a história da luta, determinação, idealismo, e esperança que trouxe a transformação de toda uma sociedade.

Devastado por décadas de ditadura militar, guerra civil, e uma catástrofe ambiental, a Nicarágua é o segundo país mais pobre da América Latina, tendo um dos mais baixos PIBs da região e o segundo maior Índice de Pobreza Humana, atrás apenas do Haiti.

Nos últimos 20 anos, mais de 20.000 bicicletas foram trazidas para Rivas, uma cidade na costa do Pacífico na Nicarágua, pela ONG pedal for progress que recolhe bicicletas doadas nos Estados Unidos e distribui em comunidades carentes em todo o mundo. O primeiro descarregamento aconteceu há 20 anos, e hoje, a bicicleta tornou-se parte integrante da vida diária.

Contada a partir dos pontos de vista de Julia, o vendedor de rua; Xiomara, a jovem mãe, Joaquin, o empresário, e David, o filantropo improvável, A cidade de bicicleta é a história de como um experimento idealista ajudou a cidade devastada pela guerra a encontrar seu próprio caminho para a recuperação e normalidade, através da introdução de transporte barato e confiável na forma da bicicleta.

A cidade de bicicleta é um longa-metragem documentário em fase de pós-produção.

Para saber mais sobre como contribuir:


30 de junho de 2011

EVENTO: Exposição Bicicleta, histórias e curiosidades



Amigos,

é com muito prazer que convidamos vocês para a EXPOSIÇÃO BICICLETAS, HISTÓRIAS E CURIOSIDADES e, especialmente, para a palestra "MULHERES E SEUS CICLOS".

No próximo domingo, dia 3 de julho, Thais Lima - diretora de Comunicação e Marketing da VELIMOBI - apresenta “Mulheres e Seus Ciclos”. Em um bate-papo descontraído, Thais irá mostrar o que a bicicleta pode fazer pela mulher.

Será uma tarde de troca de experiências, apresentação de personagens femininas que desbravam o mundo em cima da bike e um caldeirão de ideias para promover o uso da bicicleta no Rio de Janeiro.

E você, vai perder essa? Traga sua mulher, namorada, mãe, irmã, amiga e sobrinha!
 A palestra / bate-papo faz parte da exposição “Bicicleta, histórias e curiosidades”, em cartaz de 28 de junho a 4 de julho no Rio de Janeiro.

Entre fotografias, vídeos, palestras e réplicas, o evento conta de forma apaixonada a trajetória da bici desde o século XIX, que continua despertando paixões e conquistando cada vez mais adeptos por onde passa.

Com um acervo de 20 bicicletas e uma extensa programação de palestras e ações educativas, os visitantes irão conhecer a história, as curiosidades e sua evolução ao longo dos anos.

Anota aí: dia 3 de julho, às 15h, no SESC Flamengo (Rua Marquês de Abrantes, 99 - Rio de Janeiro, RJ). 

Entrada franca.

Contamos com a presença de todos vocês lá! Se possível vá de bicicleta, afinal, pedalando o mundo gira... ;-)
 
Existe local seguro para estacionamento das bicicletas!



Abs,

Juliana DeCastro e Equipe VELIMOBI

21 de junho de 2011

"With My Own Two Wheels" - Conheça essa história





O filme With My Own Two Wheels' ilustra perfeitamente como as bicicletas podem servir de elo impulsionador entre desenvolvimento e emponderamento (empowerment) de comunidades. 

A transformação ocorre na vida de 5 pessoas. Essas mini-histórias estão intimamente relacionadas com alguns projetos pilotos do Banco Mundial (realizados nos meados dos anos 90) fornecendo bicicletas para os assentamentos mais empobrecidos para ampliar o perímetro de acessibilidade  demosntrando os benefícios em termos de economia de tempo e oportunidades de geração de reanda.

Como mostrado no filme, as bicicletas são inovadores modais não-motorizados de transporte, muitas vezes esquecidos, que oferecem flexibilidade e asseguram uma mobilidade mais eficaz.

O filme deixa uma mensagem importante: devemos abraçar o potencial mútiplo e sempre inovador da bicicleta quando combina acessibilidade com benefícios da mobilidade segura dentro de uma lógica de transporte ambientalmente sustentável.

Se você curtiu esse post ou conhece histórias semelhantes, compartilhe conosco. 

15 de junho de 2011

Quebra-galho de 20 milhões - Parte III

Ciclovia da Zona Oeste pode ser alvo de CPI

Vereadores querem apurar denúncias sobre execução da obra e contrato com empreiteira

Tramita na Câmara dos Vereadores desde a semana passada um pedido de abertura de CPI, de autoria de Eliomar Coelho (PSOL), para apurar as denúncias relativas à ciclovia da Zona Oeste e investigar a execução da obra. O pedido já foi assinado pelas vereadoras Teresa Bergher e Andréa Gouvêa Vieira (ambas do PSDB).
Ainda faltam 15 assinaturas para a instalação da CPI. Reportagem publicada ontem no GLOBO mostrou que a ciclovia de 21,5 quilômetros teve o projeto alterado depois de licitado: drenagem, pavimentação e iluminação perderam recursos, enquanto orçamentos de transporte de materiais, pintura e consultoria especializada e parques e jardins engordaram. Teresa Bergher vai conversar esta semana com os dois outros vereadores de sua bancada e pedirá que eles assinem o pedido de abertura da CPI. Ela também se reunirá com o líder da bancada do DEM, vereador Tio Carlos, para tentar convencer o partido a se mobilizar pela CPI.

Vereadora pede inspeção a Tribunal de Contas

Líder do PSDB na Câmara, Teresa Bergher enviou há dez dias um requerimento de informações à prefeitura, solicitando o teor do contrato com a empreiteira. Com isso, ela quer saber se todas as exigências contratuais foram cumpridas. No documento, ela indaga ainda se tudo que estava previsto no projeto inicial foi executado pela empresa.

— A prefeitura precisa se explicar. Precisamos entender o que aconteceu com essa obra — afirma a vereadora.

A líder do PSDB também pediu ao Tribunal de Contas do Município uma inspeção na ciclovia da Zona Oeste. O pedido já foi aprovado. Teresa informou que vai marcar com outros vereadores tucanos uma vistoria nas obras ainda durante esta semana.

fonte: Carlos Alberto Teixeira - O Globo

12 de junho de 2011

9 de junho de 2011

O poder de transformar o cotidiano

Cidades que apostam nas bicicletas para diminuir o tráfego dos centros urbanos



Amsterdã, Bogotá, Buenos Aires, Copenhagen, Nova York, Paris, Portlan, são alguns dos inúmeros exemplos. Todas com uma meta em comum: reduzir o tráfego de automóveis.

Para isso, resolveram investir em políticas voltadas para as bicicletas como meio de transporte e não apenas como forma de lazer.

Amsterdã – A “cultura da bicicleta faz parte do nosso cotidiano”, afirma a supervisora de estratégias sustentáveis de Amsterdã, Eveline Jonkhoff. Essa frase justifica o grande desenvolvimento logístico feito em torno da bicicleta na cidade de Amsterdã, capital da Holanda.

Atualmente existem 550 mil bicicletas na cidade e 90% das ruas têm uma separação nas vias dedicada a esse veículo, o que aqui conhecemos como ciclofaixa. A política municipal abrange a bicicleta desde a década de 1970 e por isso hoje “a gente tem congestionamento de bicicletas e não de carros”, conta Eveline.

Em uma cidade com tantas bicicletas, um problema enfrentado foi onde estacionar esses meios de transporte. A supervisora explica que a saída foi a construção de estacionamentos subterrâneos e alguns “pequenos prédios, de até três andares.”

O sistema cicloviário possui conexão com os meios de transporte públicos e os semáforos apresentam uma contagem regressiva para que os ciclistas saibam exatamente quanto tempo ainda têm para cruzar uma rua.

Eveline explica que a maior preocupação na cidade é com a segurança dos ciclistas e por isso “é preciso separar pedestres, carros e bicicletas”, rebate quando questionada sobre a possibilidade de se colocar as bicicletas em vias compartilhadas com carros ou ônibus. Além disso, campanhas educacionais são feitas tendo como foco os motoristas e os ciclistas.

A campanha “ligue as luzes, torne-se visível” foi feita para conscientizar as pessoas que andam de bicicleta que por meio das luzes sinalizadoras elas serão vistas por automóveis. A supervisora conta que “estão sendo desenvolvidas rotas escolares” na cidade e para prevenir acidentes campanhas educacionais sobre o tráfego da cidade são feitas nas escolas.

Buenos Aires começa a usar a bicicleta – A cidade de Buenos Aires, capital da Argentina, tem 2,9 milhões de habitantes, 1,2 milhão de carros e iniciou há dois anos o incentivo ao uso da bicicleta como meio de transporte. O importante é “frear a política de automóveis, tanto públicos como privados”, afirma Daniel Chain, ministro do Desenvolvimento Urbano da cidade.

Atualmente existem 12 estações de bicicletas a rede de ciclovias de Buenos Aires tem 65 quilômetros, mas o ministro contou que até o fim do ano a expectativa é de que esse número aumente para 100 km. O projeto apresenta as ciclovias em ruas menos movimentadas e não em grandes avenidas, por questão de segurança.

Além disso, as ciclovias são separadas fisicamente dos carros. “Os automóveis a princípio repudiam a ideia de dividir o espaço com as bicicletas. Depois a população vai tendo consciência da importância de uma convivência pacífica e não da imposição do automóvel”, justifica Chain.

O ministro ressaltou que um dos motivos mais importantes de 76% da população aprovar a iniciativa de ter a bicicleta como forma de transporte é o apoio do setor privado. “As empresas criaram vagas nos estacionamentos para os funcionários deixarem as bicicletas” e isso incentiva a população a deixar o carro em casa.

Em Paris ciclistas dividem espaço com ônibus – Durante dez anos de política para incentivar a melhoria do tráfego na cidade de Paris, capital França, mais de 700 quilômetros de pistas para bicicletas foram criados. A prefeita Anne Hidalgo contou que no início, as ciclovias eram segregadas dos veículos porque “não teria como a bicicleta tomar o poder” que foi dado aos carros durante décadas.

Vinte mil bicicletas foram disponibilizadas para aluguel logo no início do projeto e a aceitação da população foi boa, segundo Anne. “Tinha gente que mal se equilibrava e usava a bicicleta”. Depois que as pessoas entenderam a importância desse meio de transporte, o sistema cicloviário pode ser ampliado.

A prefeita explicou que algumas faixas de ônibus da cidade foram ampliadas para que o compartilhamento com as bicicletas fosse possível. “Agora as faixas têm 4,20 metros de largura então o ciclista pode usá-la sem que haja problema de segurança.”

Fonte: Portal iG - Fernanda Simas em 03.06.11

27 de maio de 2011

Quebra-galho de R$ 20 milhões

O que deveria ser mais uma alternativa para o transporte, mais uma vez, foi renegada ao improviso!

Com o valor equivalente ao custo de 1 km da nova ciclovia da Zona Oeste - quase R$ 900 mil - daria para construir uma estrada com a mesma extensão e ainda sobraria troco, segundo a Associação das Empresas de Engenharia do Estado do Rio (Aeerj).

Ou 500 metros de uma rodovia, de acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) ou de uma rua, pela tabela da Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop). Inaugurada em meados de maio, a ciclovia de R$ 19.733.162,40 foi qualificada como "um quebra-galho" pelo engenheiro civil Abílio Borges, assessor da presidência do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea), que avaliou a obra a pedido do GLOBO.

Ao percorrer o trecho, a ciclovia de 22km entre Campo Grande e Santa Cruz CSA/Companhia Siderúrgica do Atlântico), Abílio Borges encontrou rachaduras nas pistas, em sua maior parte compartilhada entre bicicletas e pedestres e passando rente às portas de casas e lojas. Sem falar em obstáculos para os que se aventuram a percorrê-la de bicicleta, como postes, pilastras e até orelhões no meio do caminho. Dos oito postes com placas para captar energia solar, seis não estavam funcionando e dois sequer tinham o equipamento.

A maioria dos bicicletários instalados estava com poucas ou sem uma única bicicleta estacionada. E, no trecho da Reta João XXIII, para implantar uma estreita ciclovia de um metro de largura, foi necessário reduzir a pista por onde circulam muitos ônibus e caminhões.

Jogaram R$ 20 milhões fora. O resultado é péssimo. O dinheiro foi mal aplicado. O projeto poderia ser mais bem elaborado. Colocaram bicicletários em lugares onde ninguém vai estacionar

Números da Aeerj mostram que é possível construir um quilômetro de estrada por R$ 600 mil, com drenagem parcial, e R$ 700 mil, com drenagem profunda. Já o Dnit diz que a média por quilômetro de implantação e pavimentação de rodovia em pista simples vai de R$ 1,61 milhão a R$ 2,36 milhões. Em área urbana, o arquiteto Maurício Pinheiro, que projetou ciclovias na Região dos Lagos, informa que implantar uma rua de dez metros de largura, incluindo pista de sete metros e as duas calçadas, com redes de drenagem, de água e esgoto, custa, em média, R$ 1,8 milhão, conforme a tabela da Emop.

- Uma rua tem de suportar 60 toneladas. É preciso fazer uma base e uma sub-base capazes de aguentar o tráfego de veículos pesados. Implantar uma ciclovia é muito mais simples. Uma ciclovia comum custa entre R$ 109 mil e R$ 120 mil por quilômetro. A que foi feita na Zona Oeste foi muito cara - avaliou Pinheiro.

A nova ciclovia não é contínua nem tem um padrão único. Talvez por isso a via tenha recebido a denominação oficial de "Ciclovias Integradoras da Zona Oeste". Oficialmente, o caminho é dividido em três trechos, mas em alguma ruas, como a Francisco Belisário, em Santa Cruz, o ciclista é obrigado a trocar de calçada. Em Campo Grande, é necessário ainda atravessar uma passarela sobre a linha férrea.

Do lado de Campo Grande, o novo caminho para bicicletas é o prosseguimento de um outro já existente, cuja origem é em Bangu. Com 2km, um dos trechos inaugurados no fim de semana começa na Rua Alfredo Mariano, nas proximidades da Praça Rosária Trotta, em Campo Grande. Pintada sobre as calçadas, a via compartilhada passa a cerca de 30cm de casas e lojas. Para não ser atropelada, a moradora Maria das Graças Miranda agora tem que olhar bem para os lados antes de sair de casa:

- As bicicletas passam na minha cara. Tenho de tomar muito cuidado, principalmente quando saio com o meu neto João Gabriel, de pouco mais de 1 ano.

Do lado da Rua Campo Grande, o segundo trecho, de 14km, todo sobre a calçada, passa à margem de seis estações de trem (Paciência, Cosmos, Benjamim do Monte, Inhoaíba, Tancredo Neves e Santa Cruz). Segundo a Secretaria municipal de Meio Ambiente (Smac), o projeto previa a recuperação de passarelas sobre a linha férrea, mas o engenheiro do Crea constatou que a reforma deixou a desejar:

- Algumas, como a próxima à estação de Inhoaíba, têm problemas estruturais. Os pilares precisam de reparos - diz Abílio Borges, acrescentando que as rachaduras na via poderiam ser evitadas se tivessem sido instaladas juntas de dilatação.

A instalação de algumas placas informando que "a prioridade é do pedestre" não tem evitado acidentes. O despachante de vans Anderson Thomás, que passa boa parte do dia junto a um ponto de ônibus na Rua Campo Grande, em frente à Praça dos Estudantes, já viu alguns:

- Os passageiros desembarcam em cima da ciclovia e às vezes são atropelados.
No terceiro trecho, a ciclovia passa por vias no centro de Santa Cruz. Na Reta João XXIII, na pista estreita também tem provocado acidentes, segundo o motoboy Bruno Soares:
- Outro dia, uma ciclista capotou e se machucou bastante, quando colidiu com um outro ciclista que vinha na contramão.

As muretas de concreto baixas e os fradinhos (estes com adesivos reflexivos) que separam a ciclovia da pista na Reta João XXIII também foram criticados pelo engenheiro do Crea. Segundo ele, normas técnicas recomendam que, por segurança, as muretas sejam mais altas, arredondadas na parte superior e contínuas.

- Esses fradinhos não são uma solução. Como as muretas baixas, são pontos onde os ciclistas podem se chocar - diz Abílio, que apontou obstáculos instalados sem adesivos reflexivos nos primeiros 400 metros da via e contou nove fradinhos já curvados em consequência de colisões.
Diante do caso, o deputado federal Otávio Leite, presidente do Diretório municipal do PSDB, encaminhou uma representação ao Tribunal de Contas do Município (TCM):

- Não queremos pré-julgar. Por isso, pedimos que o TCM faça uma inspeção especial nessa ciclovia.

A Secretaria municipal do Meio Ambiente considera que o preço das Ciclovias Integradoras da Zona Oeste não é incompatível com a qualidade da obra, inaugurada no mês de maio. De acordo com o secretário Carlos Alberto Muniz, foram necessárias intervenções específicas.

- Construir ciclovias na Zona Oeste não é como implantá-las na Zona Sul, onde se tem infraestrutura e rede de drenagem prontas. Só de galerias pluviais implantamos 1,3km. Construímos cinco pequenas pontes sobre valões e instalamos dez pontos de ônibus, além de termos recuperado passarelas - enumerou o secretário.

O subsecretário Altamirando Moraes afirma que, do valor contratado, cerca de R$ 7 milhões são destinados à ciclovia propriamente dita.

- Boa parte do dinheiro foi usado na reurbanização do entorno das estações de trens da Zona Oeste - justifica o subsecretário.

A secretaria classifica como reurbanização a instalação de 38 postes solares e bicicletários - que somam mil vagas e custaram R$ 231 mil - nas proximidades de escolas, estações de trens e do terminal rodoviário de Campo Grande, reparos e reconstrução de calçadas, além do plantio de mais de 50 mil mudas de árvores, vegetação rasteira e plantas ornamentais.
Outro detalhe mencionado por Moraes é a implantação do que chama de ciclo-rampa, que atravessa a linha férrea em Santa Cruz. Ele acrescenta que a ciclovia da Zona Oeste, apesar de ter sido oficialmente inaugurada, ainda não está totalmente pronta.

- Como ocorre em toda licitação, há um prazo de três meses para ajustes - declara Moraes, ressaltando que não houve aditivo ao valor da obra.

A secretaria também destacou que a ciclovia da Zona Oeste é a primeira da cidade que vai beneficiar os trabalhadores, ao se integrar com terminais de ônibus e estações de trem da região.
Sobre a existência de postes solares não funcionando ou sem placa, a secretaria informou que todos os equipamentos estarão funcionando na semana que vem. Moraes minimizou o mau estado de equipamentos urbanos - já há placas quebradas e fradinhos tortos - dois dias após a inauguração oficial do novo caminho.

- Os postes solares, por exemplo, foram colocados antes do último domingo. É natural que uma coisa ou outra já tenha sofrido algum dano.
Segundo a prefeitura, desde ontem, a Andrade Gutierrez - construtora da pista - começou a repor caixas e placas de postes solares que haviam sido retirados. Em e-mail, a construtora afirmou, que, por razões contratuais, não "não tem autorização para tratar publicamente sobre valores e detalhamentos das obras que realiza".



Fonte: O Globo (maio/2011)

22 de março de 2011

EVENTO: 1º Seminário sobre Mobilidade Urbana Sustentável


Amigos,


é com muito prazer que convidamos vocês para o 1º SEMINÁRIO SOBRE MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL DE NITERÓI e, especialmente, para nossa palestra "CICLOTURISMO - OPORTUNIDADE DE CRESCIMENTO LOCAL".

Pela primeira vez, Niterói senta para falar do uso da bicicleta e de mobilidade urbana, um evento imperdível, e a VELIMOBI vai estar lá engrossando esse coro.

O evento acontece de 14 a 16 de abril, e o convite com a programação completa segue em anexo. As inscrições são gratuitas, ok?
[http://www.nitbikers.com.br/]


Contamos com a presença de todos vocês lá! Se possível vá de bicicleta, afinal, pedalando o mundo gira... ;-)




Um grande abraço,


Juliana DeCastro e Equipe VELIMOBI


3 de março de 2011

Duas Rodas pela Paz




Por volta de 18:00h, uma concentração de ciclistas, monociclos, skates e bicicletas chamavam a atenção de quem transitava na Cinelândia.

Era o início da manifestação Massa Crítica, realizada ontem no Rio de Janeiro, como forma de protesto pelo atropelamento intencional de um grupo de ciclistas no último dia 25, em Porto Alegre.

O apoio às vitimas de POA trouxe para as ruas do Centro da Cidade aproximadamente 150 manifestantes, que durante duas horas reivindicaram por tolerância, gentileza e paz na convivência entre motoristas e ciclistas nas vias públicas.

O início do trajeto foi no cruzamento da Rua Santa Luzia com a Avenida Rio Branco, onde os ciclistas deitaram-se no chão para simbolizar de maneira impactante o cenário do atropelamento coletivo. Este gesto intitulado de “die-in” costuma ser usado em manifestações para representar e denunciar tipos de violência, e foi repetido algumas vezes nos cruzamentos das ruas principais do percurso.

A partir de então, uma faixa escrita “PAZ” ficou a frente do movimento, mostrando aos que passavam que não se tratava de um passeio de bicicleta, e sim, de um protesto em solidariedade aos ciclistas.

Além da faixa, a paz também foi representada pela entrega de rosas brancas aos motoristas e pedestres, garantindo em muitos um sorriso de apoio à causa.

Enquanto isso, outros motoristas expressavam a sua desaprovação através de buzinaços, reclamações e xingamentos.

Devido ao engarrafamento causado com o fechamento da rua, motos da Prefeitura com o auxilio de viaturas da PM intercederam na organização do trânsito e na segurança em todo o percurso (embora algumas vezes estes fossem os responsáveis por pequenas truculências e discussões). Dessa forma, a faixa da direita foi liberada para os veículos motorizados, enquanto a da esquerda, para a manifestação.

Um dos momentos de grande impacto visual foi a parada do grupo em frente ao Palácio Tiradentes (Assembléia Legislativa), onde os manifestantes subiram as escadas com suas bicicletas e as levantaram evidenciando a força do protesto.

Sob chuva, o grupo seguiu as ruas ao som de frases como “Um carro a menos, uma bike a mais”, “Atropelar ciclista não é acidente” e “Mais amor, menos motor”.

Além dos “gritos de guerra” que no decorrer do percurso foi ganhando fervor com o apoio de pedestres e pessoas em marquises, a indignação dos integrantes também era traduzida através de cartazes: “Ciclista não é vidente. Ligue a seta”, “Trânsito gentil”, “Você também é pedestre quando não ta no volante, respeite”.

Além das rosas brancas, panfletos foram distribuídos aos motoristas e pedestres, chamando a atenção para o direito do ciclista na utilização das vias públicas com segurança.

A manifestação que durou em torno de duas horas saiu da Cinelândia, percorreu a Rua Santa Luzia, Av. Presidente Antônio Carlos, Rua 1º de Março, Av. Presidente Vargas. Av. Rio Branco, retornando ao seu ponto inicial sob uma chuva de aplausos.


Roberta Araújo

Jornalista da VeliMobi


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***Plágio é crime e está previsto no artigo 184 do Código Penal.
Este texto pode ser utilizado para fins de divulgação, desde que seja citada sua fonte.

1 de março de 2011

Repúdio a Barbarie no Trânsito


Era sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011, estavamos próximos de viver uma explosão de alegria coletiva com a próximidade do Carnaval, mas um ato de barbarie nos atingiu direto na boca do estômago...um carro atropelou intencionalmente diversos ciclistas que participavam da Bicicletada de Porto Alegre.

Contra as imagens não há argumento possível. Eu assisti, você assistiu, todos assistimos, pasmos diante da capacidade gratuita de um ato contra a VIDA de muitos, muitos ciclistas...

Ciclistas são parte do trânsito das cidades, assim como os pedestres e possuem direitos e deveres como bem define o CTB.

Manifestação pela paz nas ruas e contra a impunidade nos crimes de trânsito devem ser apoiada por todos os cidadãos conscientes do seu papel na sociedade.

Meu apelo é para a não-violência em qualquer circunstância, mas a união de nossas vozes será necessária para impedir acontecimentos como este!


Cidades brasileiras, européias e americanas já se manifestaram solidárias aos ciclistas de Porto Alegre, agora chegou a vez do RIO DE JANEIRO ir para as ruas.

Sugerimos trazer flores para distribuir aos motoristas e cartazes ou faixas pedindo justiça e atenção das autoridades para o caso e para a violência e falta de respeito ao ciclista no trânsito.

16 de fevereiro de 2011

EVENTO: Lançamento do Circuito de Cicloturismo do Piraí e Palestra com Antônio Olinto


Em nome do Presidente da Fundação Turística de Joinville, Augusto Kolling, encaminho convite para o Lançamento do Circuito de Cicloturismo do Piraí, a ser realizado no dia 26/02.

Segue também convite para a Palestra com Antônio Olinto, referência nacional em cicloturismo, que será realizada no dia 25/02. Solicito a gentileza de ajudar na divulgação da palestra entre os interessados.

As confirmações de presença devem ser feitas pelo telefone (47) 3453 2663 ou por este e-mail: nadia@turjoinville.com.br

14 de fevereiro de 2011

Divulgação: EVENTO EM NITEROI

Pessoal,

o Clube Niteroiense de Montanhismo irá promover, nesta quinta-feira (17/2) às 18h30, um encontro para falar do que mais gostamos: BICICLETA!

Na reunião / bate-papo / palestra / encontro, vamos discutir assuntos como:

- Como escolher sua bicicleta?
- Modalidades de ciclismo
- Tipos de bicicleta, manutenção, reparos, planejamento, peças, acessórios, etc
- Apresentação de cicloviagens

Que tal, vamos nos ver lá? Espero vocês a partir das 18h!


Local: Av. João Brasil, 150 - Fonseca, Niteroi, RJ (Churrasqueira Branca do Cond. Solar do Barão)

Qualquer dúvida, acessem o site do Clube!

http://www.niteroiense.org.br