20 de novembro de 2010

Nitéroi: a imobilidade impera!

Em ritmo acelerado de crescimento e de mudanças, o município vive um contradição: se move cada vez menos.
Síndrome das grandes cidades, o trânsito afeta todas as idades e classes sociais, e influencia diretamente na qualidade de vida: aumenta a poluição ambiental e o número de acidentes.
Uma pesquisa encomendada pelo GLOBO-Niterói à Universidade de Brasília (Unb) com o estudo coordenado pelo pesquisador Valério Medeiros, doutor em Arquitetura e Urbanismo, comprova um sintoma que há muito os niteroienses já tinham se dado conta: a cidade tem péssimas condições de mobilidade. Isso significa que é difícil se deslocar de um ponto a outro na sua malha viária. Prejuízos como maior segregação espacial, devido ao efeito barreira provocado pela crescente necessidade infraestrutura para o transporte motorizado, o custo alto do transporte e aumento excessivo do preço de terra em áreas mais acessíveis são citadas no estudo como consequências da dificuldade de locomoção.

Mas a falta de planejamento na construção das vias urbanas e as características geográficas de Niterói são os principais fatores que a posicionam nos últimos lugares do ranking de mobilidade urbana. Existem cidades que apresentam predominantemente ruas retas — paralelas e perpendiculares entre si — ou ruas curvadas, como é possível perceber em cidades antigas ou coloniais, ou aquelas fortemente influenciadas por um relevo acidentado, como Niterói. Pelo tipo de desenho das ruas, é possível avaliar que cidades apresentam melhores ou piores graus de facilidade de deslocamento — explica o pesquisador Valério Medeiros, que a partir destas características, calculou um índice denominado valor de integração.

Niterói tem piores condições de deslocamento do que o Rio de Janeiro, que está em 43 posição na lista nacional e 159 no ranking mundial. Já Ouro Preto e Florianópolis foram colocadas nas últimas posições, respectivamente em 45 e 46 na relação de cidades brasileiras e 161 e 164, no internacional. O pesquisador ressalta, no entanto, que nem sempre a menor mobilidade acarreta em dificuldade de deslocamento ou pior trânsito. Isso vai depender do poder aquisitivo da população e da frota de veículos existentes.

Fonte: Matéria Publicada pelo Jornal O Globo Niterói em 20.11.2010.

O maior problema para os tomadores de decisão sobre o trânsito é a incapacidade de pensar que mais do que infraestrutura adequada, é imperativo a mudança de comportamento, ainda completamente dependente da "cultura do automóvel".


Para exemplificar o que digo deixo para reflexão um epsódio antigo em desenho do Pateta.

Vale a pena conferir!