Levo na Bicicleta
Blog dedicado a promoção da bicicleta como ferramenta para melhorar a mobilidade urbana.
11 de janeiro de 2012
17 de outubro de 2011
Bike pesa menos no bolso
Desistir da ideia de comprar um carro e usar uma bicicleta para ir ao trabalho todos os dias pode significar uma economia de até R$ 2.700 por ano, segundo um estudo da Coppe, o programa de pós-graduação em engenharia da UFRJ. Cálculos dos pesquisadores mostram que pedalar consome aproximadamente R$ 0,12 por quilômetro - um sexto da despesa referente a veículos movidos a gasolina, que chega a R$ 0,76.
O levantamento, coordenado pelo aluno de mestrado Marcelo Daniel Coelho, levou em conta o preço de uma bicicleta nova, a compra de acessórios, a depreciação e a manutenção do equipamento. A pesquisa foi feita com base em percursos de 20 km por dia no Rio e em Porto Alegre, simulando os trajetos de ida e volta para o trabalho durante a semana.
A média anual de gastos com uma bicicleta na capital fluminense é de R$ 519, levando em conta sua compra e a substituição periódica de peças, como freios, correntes e pneus. O custo da pedalada ficou abaixo do uso do carro a gasolina (R$ 3.219 por ano), da moto (R$ 2.029) e até do ônibus (R$ 1.367).
"O gasto inicial com a compra de um automóvel é muito alto, o que favorece a bicicleta nessa comparação. Em vez de gastar R$ 30 mil para comprar um carro, eu posso pagar R$ 600 em uma boa bicicleta e aplicar a diferença em um fundo de investimentos, por exemplo", explica Coelho.
Além do custo relativamente baixo, a bicicleta também supera o carro particular pois não paga impostos anuais, como o IPVA, e dispensa o consumo de combustível. Para o pesquisador, é preciso expandir a estrutura disponível para ciclistas para evitar um excesso de veículos nas cidades brasileiras. "A bicicleta não precisa ser um transporte direto para o trabalho. Ela pode servir como um meio de integração a sistemas de transporte público", diz Coelho, que defende a instalação de bicicletários em pontos de ônibus, e estações de trens e metrô.
No Rio, a prefeitura promete expandir a estrutura de bicicletários para facilitar o acesso de ciclistas aos meios de transporte de massa. Enquanto isso não acontece, o prefeito Eduardo Paes permitiu que bicicletas fiquem presas a postes, desde que não obstruam o trânsito de pedestres e veículos.
Também foram criadas na cidade 13 zonas preferenciais para ciclistas, em que a circulação de carros fica restrita à velocidade máxima de 30 km/h. Segundo o subsecretário de Meio Ambiente do município, Altamirando Fernandes, a medida tem o objetivo de criar vias preferenciais para o uso de bicicletas, mesmo onde não há ciclofaixas. "É impossível ter uma rede cicloviária que cubra toda a cidade, então podemos criar ambientes amigáveis para os ciclistas", afirma Fernandes.
Com base nas contas apresentadas na pesquisa da Coppe, Zé Lobo calcula que conseguiu economizar quase R$ 30 mil desde que decidiu vender seu carro, há 11 anos. Ele passou a depender apenas da bicicleta - apelando para táxis ou carros alugados quando fosse necessário.
"Como eu já usava bicicleta para ir a reuniões e eventos, meu carro ficava parado na garagem quase todos os dias. No início de 2000, quando chegou a hora de pagar o seguro e o IPVA, achei melhor vender e depender só da bicicleta", conta ele, que é presidente da ONG Transporte Ativo.
Lobo também cobra a implantação de mais ciclovias nas cidades, mas garante que a circulação de ciclistas e motoristas nas mesmas vias é possível e seguro, desde que todos respeitem as leis de trânsito. "Pode ser apavorante pedalar ao lado de carros quando não há ciclovias ou ciclofaixas, mas é apenas uma questão de adaptação. Um motorista que acaba de tirar sua carteira de motorista também tem medo, mas percebe que é uma atividade segura depois que se acostuma", compara.
O levantamento, coordenado pelo aluno de mestrado Marcelo Daniel Coelho, levou em conta o preço de uma bicicleta nova, a compra de acessórios, a depreciação e a manutenção do equipamento. A pesquisa foi feita com base em percursos de 20 km por dia no Rio e em Porto Alegre, simulando os trajetos de ida e volta para o trabalho durante a semana.
A média anual de gastos com uma bicicleta na capital fluminense é de R$ 519, levando em conta sua compra e a substituição periódica de peças, como freios, correntes e pneus. O custo da pedalada ficou abaixo do uso do carro a gasolina (R$ 3.219 por ano), da moto (R$ 2.029) e até do ônibus (R$ 1.367).
"O gasto inicial com a compra de um automóvel é muito alto, o que favorece a bicicleta nessa comparação. Em vez de gastar R$ 30 mil para comprar um carro, eu posso pagar R$ 600 em uma boa bicicleta e aplicar a diferença em um fundo de investimentos, por exemplo", explica Coelho.
Além do custo relativamente baixo, a bicicleta também supera o carro particular pois não paga impostos anuais, como o IPVA, e dispensa o consumo de combustível. Para o pesquisador, é preciso expandir a estrutura disponível para ciclistas para evitar um excesso de veículos nas cidades brasileiras. "A bicicleta não precisa ser um transporte direto para o trabalho. Ela pode servir como um meio de integração a sistemas de transporte público", diz Coelho, que defende a instalação de bicicletários em pontos de ônibus, e estações de trens e metrô.
No Rio, a prefeitura promete expandir a estrutura de bicicletários para facilitar o acesso de ciclistas aos meios de transporte de massa. Enquanto isso não acontece, o prefeito Eduardo Paes permitiu que bicicletas fiquem presas a postes, desde que não obstruam o trânsito de pedestres e veículos.
Também foram criadas na cidade 13 zonas preferenciais para ciclistas, em que a circulação de carros fica restrita à velocidade máxima de 30 km/h. Segundo o subsecretário de Meio Ambiente do município, Altamirando Fernandes, a medida tem o objetivo de criar vias preferenciais para o uso de bicicletas, mesmo onde não há ciclofaixas. "É impossível ter uma rede cicloviária que cubra toda a cidade, então podemos criar ambientes amigáveis para os ciclistas", afirma Fernandes.
Com base nas contas apresentadas na pesquisa da Coppe, Zé Lobo calcula que conseguiu economizar quase R$ 30 mil desde que decidiu vender seu carro, há 11 anos. Ele passou a depender apenas da bicicleta - apelando para táxis ou carros alugados quando fosse necessário.
"Como eu já usava bicicleta para ir a reuniões e eventos, meu carro ficava parado na garagem quase todos os dias. No início de 2000, quando chegou a hora de pagar o seguro e o IPVA, achei melhor vender e depender só da bicicleta", conta ele, que é presidente da ONG Transporte Ativo.
Lobo também cobra a implantação de mais ciclovias nas cidades, mas garante que a circulação de ciclistas e motoristas nas mesmas vias é possível e seguro, desde que todos respeitem as leis de trânsito. "Pode ser apavorante pedalar ao lado de carros quando não há ciclovias ou ciclofaixas, mas é apenas uma questão de adaptação. Um motorista que acaba de tirar sua carteira de motorista também tem medo, mas percebe que é uma atividade segura depois que se acostuma", compara.
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16 de outubro de 2011
19 de agosto de 2011
Vida de Ciclista: o prazer de sentir o mundo sobre duas rodas
Com ou sem destino. Sozinho ou acompanhado. Não importa. Ter a certeza de que ao fechar os olhos se reconhece a liberdade no rosto, entre os cabelos. Sorrir. Chorar. Ver o mundo girar.
No trânsito, entre montanhas, em todos os lugares e ao mesmo tempo. Isso também não importa. Eu aqui, você ali, ele acolá. Juntos! Superando obstáculos, bueiros, buracos e o desrespeito, mas conquistando a admiração daqueles que nos vêem passar.
Admiração, o início da paixão. Então, amanhã dividiremos o mesmo vento? O ciclista te viu sorrir. Se não fosse o capacete, talvez questionasse o brilho dos seus olhos. Ela realmente é linda. Simples e encantadora. E tem um mundo a te apresentar.
Achar que conhece o mundo é um equívoco, uma infâmia! Não és mais criança que sabe tudo ou adolescente que “tudo conhece”. Enxergar o mundo por frestas pode ser bonito. Mas se deslocar em uma caixa com janelas, portas e paredes não é tão agradável quanto parece.
Muito mais do que ver, o prazer está em sentir. Ver e sentir. Uma mistura de paixão, estilo ou hobby. Mais uma vez, tudo ao mesmo tempo. Aliás, por aqui tudo é assim: intenso e indefinível. Um a zero para a emoção!
Ela sempre ganha. Inclusive dos números. Na infância, era um brinquedo, e hoje, a analista de sistemas se emociona no vai-e-vem pela cidade. Os números são racionais? Conto do vigário. E a criança, realmente sabe tudo.
Não há idade, cedo ou tarde, oito ou oitenta. Mas aos 60 decretou: “É o meu recomeço”. Sozinho já caiu, levantou, caiu e desistiu. Mas decidiu que a força de vontade fala mais alto para aqueles que não sentem o tempo passar.
São tantos personagens... Raqueis, Nicolas, Julianas, Joãos, Millas, Thaises, Robertas. O alfabeto é pequeno e os pedais altos para alcançar o caminho que está aos seus pés. As letras se repetem e os pés não tocam o chão. E não poderia ser diferente.
Vida de ciclista é assim: vai e volta, leva e traz, quando vai, leva alguma coisa, quando volta, vem com novidade. Rápido ou devagar. Amor, prazer ou liberdade. E uma surpresa em cada curva.
Parabéns a todos que têm a bicicleta como protagonistas em suas vidas. Seja por hobby, prazer ou transporte. Em homenagem ao dia, que tal reunir os amigos, pegar a bicicleta e dar uma volta pela cidade? Melhor comemoração, não há.
Parabéns a todos que têm a bicicleta como protagonistas em suas vidas. Seja por hobby, prazer ou transporte. Em homenagem ao dia, que tal reunir os amigos, pegar a bicicleta e dar uma volta pela cidade? Melhor comemoração, não há.
Texto: Roberta Araújo - Jornalista na VeliMobi
Ilustração: Milla Scramignon - Design e Ilustração
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Local:
Rio de Janeiro - RJ, Brasil
10 de agosto de 2011
3 de agosto de 2011
O que é prioritário, afinal, Brasil ?!
Foi divulgado na última quarta-feira o novo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre a mobilidade urbana no Brasil que constatou que a cada R$ 1 investido em transporte público, o governo concede R$ 12 em incentivo para carros e motos. A pesquisa atribui a essa relação de valores, os constantes records batidos sobre a vendas de veículos particulares em todo o país, e por consequência obvia, o aumento das horas perdidas em congestionamentos em nossos centros urbanos.
"Muitas vezes, essas políticas não são percebidas claramente pela população por envolver omissão do poder público", diz o texto.
Entre os subsídios considerados pelo Ipea está a isenção de IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) dada aos carros de baixa cilindrada, os chamados carros populares.
Entre os subsídios considerados pelo Ipea está a isenção de IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) dada aos carros de baixa cilindrada, os chamados carros populares.
"Enquanto os veículos acima de 2.000 cilindradas pagam 25% de IPI e aqueles entre 1.000cc e 2.000cc pagam 13%, os veículos de até 1.000cc pagam 7% e os comerciais leves, 8%". Por 1.000 cc, entende-se veículos 1.0.
Considerando essas variações de percentual por categoria, o instituto estima que o governo deixe de arrecadar entre R$ 1,5 bilhão e R$ 7,1 bilhões somente com a isenção do IPI por ano. Já os ônibus e trens recebem de R$ 980 milhões a até 1,2 bilhão em isenção de impostos.
O instituto ainda calcula que o governo deixa de arrecadar cerca de R$ 7 bilhões ao ano dando estacionamento gratuito aos carros nas vias públicas. Vale ressaltar que o Ipea considera esta estimativa conservadora, uma vez que o valor médio de estacionamento utilizado para o cálculo foi de R$ 3 por quatro horas.
Somados a isenção do IPI com a dos estacionamentos nas vias públicas, os veículos individuais recebem aproximadamente 90% de todos os subsídios dados pelo governo para mobilidade urbana.
Carlos Henrique Ribeiro de Carvalho, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, defende o equilíbrio da distribuição financeira de recursos.
- Nós defendemos que o governo destine mais investimentos na infraestrutura da mobilidade urbana, pois o aumento do uso de veículos particulares aumenta a poluição, os congestionamentos e o número de acidentes nas regiões metropolitanas.
Inflação
Além da questão do subsídio, o estudo apontou outras razões para a piora do transporte público do país. De 1995 até hoje, as tarifas de ônibus subiram cerca de 60% mais que a inflação. Para chegar à conclusão, o instituto considerou o INPC (Índice Nacional de Preços do Consumidor), que é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) todos os meses.
Considerando essas variações de percentual por categoria, o instituto estima que o governo deixe de arrecadar entre R$ 1,5 bilhão e R$ 7,1 bilhões somente com a isenção do IPI por ano. Já os ônibus e trens recebem de R$ 980 milhões a até 1,2 bilhão em isenção de impostos.
O instituto ainda calcula que o governo deixa de arrecadar cerca de R$ 7 bilhões ao ano dando estacionamento gratuito aos carros nas vias públicas. Vale ressaltar que o Ipea considera esta estimativa conservadora, uma vez que o valor médio de estacionamento utilizado para o cálculo foi de R$ 3 por quatro horas.
Somados a isenção do IPI com a dos estacionamentos nas vias públicas, os veículos individuais recebem aproximadamente 90% de todos os subsídios dados pelo governo para mobilidade urbana.
Carlos Henrique Ribeiro de Carvalho, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, defende o equilíbrio da distribuição financeira de recursos.
- Nós defendemos que o governo destine mais investimentos na infraestrutura da mobilidade urbana, pois o aumento do uso de veículos particulares aumenta a poluição, os congestionamentos e o número de acidentes nas regiões metropolitanas.
Inflação
Além da questão do subsídio, o estudo apontou outras razões para a piora do transporte público do país. De 1995 até hoje, as tarifas de ônibus subiram cerca de 60% mais que a inflação. Para chegar à conclusão, o instituto considerou o INPC (Índice Nacional de Preços do Consumidor), que é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) todos os meses.
O Ipea colheu dados de dez regiões metropolitanas (Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Brasília) e da cidade de Goiânia.
Outro dado trazido pelo estudo é que o brasileiro perdeu mais tempo em média no trânsito em seu deslocamento da casa para o trabalho. Baseado em cálculos das Pnads (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 1992 e 2008, o Ipea concluiu que o tempo médio subiu de 37,9 minutos para 40,3 minutos. Houve também um aumento na quantidade de pessoas que ficam mais de uma hora no trajeto de casa para o trabalho, de 15,7% para 19%.
Esses dados apenas demonstram as prioridades políticas de investimentos para a mobilidade urbana estão fora de ORDEM e precisam ser revistas imediatamente se quisermos conter a degradação do trânsito nos centros urbanos.
Fonte: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
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Um 2011cheio de carro para você
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12 de julho de 2011
"The Bicycle City" - Conheça essa outra história
Essa é mais uma incrível história na qual a bicicleta se apresenta não como coadjuvante, mas como protagonista na transformação de uma comunidade devastada pela guerra em uma economia próspera.
A cidade de bicicleta é a história da luta, determinação, idealismo, e esperança que trouxe a transformação de toda uma sociedade.
Devastado por décadas de ditadura militar, guerra civil, e uma catástrofe ambiental, a Nicarágua é o segundo país mais pobre da América Latina, tendo um dos mais baixos PIBs da região e o segundo maior Índice de Pobreza Humana, atrás apenas do Haiti.
Devastado por décadas de ditadura militar, guerra civil, e uma catástrofe ambiental, a Nicarágua é o segundo país mais pobre da América Latina, tendo um dos mais baixos PIBs da região e o segundo maior Índice de Pobreza Humana, atrás apenas do Haiti.
Nos últimos 20 anos, mais de 20.000 bicicletas foram trazidas para Rivas, uma cidade na costa do Pacífico na Nicarágua, pela ONG pedal for progress que recolhe bicicletas doadas nos Estados Unidos e distribui em comunidades carentes em todo o mundo. O primeiro descarregamento aconteceu há 20 anos, e hoje, a bicicleta tornou-se parte integrante da vida diária.
Contada a partir dos pontos de vista de Julia, o vendedor de rua; Xiomara, a jovem mãe, Joaquin, o empresário, e David, o filantropo improvável, A cidade de bicicleta é a história de como um experimento idealista ajudou a cidade devastada pela guerra a encontrar seu próprio caminho para a recuperação e normalidade, através da introdução de transporte barato e confiável na forma da bicicleta.
A cidade de bicicleta é um longa-metragem documentário em fase de pós-produção.
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