27 de março de 2010

Coppe discute inclusão da Bike no contexto urbano

Sexta (26 de março) tive a oportunidade de estar presente no seminário internacional realizado na COPPE-UFRJ em parceria com a CAN (Cycling Academic Network) que reuniu pesquisadores da África do Sul, Tanzânia, Índia, Holanda e Brasil.


O objetivo do encontro foi debater as soluções para a inclusão da bicicleta como meio de transporte desenvolvidas na O CAN foi fundado em 2007, na Holanda, país referência no uso da bicicleta como meio de transporte. Em 2008, representantes da instituição reuniram pesquisadores dos quatro países em desenvolvimento para acompanhar os estudos realizados em cada região.

Uma das pesquisadoras - Flavia de Souza (RJ) presentou os resultados preliminares de sua pesquisa sobre a necessidade de integração da bicicleta com o transporte público. Os dois locais analisados por Flávia e sua equipe são Santa Cruz, na Zona Oeste, e Colégio, no subúrbio do Rio.

Santa Cruz tem maior número de ciclistas no Rio
De acordo com o estudo, Santa Cruz tem o maior índice de bicicletas da cidade: 12% da população usam o veículo, enquanto que a média no Rio é de 2%, ou seja, são seis vezes mais ciclistas naquela região.

O documento aponta dois estacionamentos privados na região, que, em horário de pico, não dão conta da demanda e recebem cerca de 600 bicicletas em um dia. De acordo com Flávia, a maioria dos usuários de trem da Supervia reclama da falta de segurança, do alto preço do bicicletário pago e da distância do estacionamento para a estação.

Em Colégio, foi constatado que os ciclistas usuários do metrô param os veículos no entorno da estação, já que não há estacionamento.


A pesquisadora sugere, além de melhoria da malha cicloviária da cidade, que é precária, o financiamento da bicicleta para a população de baixa renda. “Para quem pega dois ônibus por dia, utilizar a bicicleta em um dos trechos gera uma economia de quase R$ 5 por dia, o que chega a R$ 100 no fim do mês”, exemplificou ela.

Um dos objetivos da pesquisadora, que pretende terminar o trabalho dentro de um ano e meio, é levar os resultados do documento para autoridades públicas.
Ao examinar o caso do Rio de Janeiro, Flávia concluiu que, além de aumentar o número de vias para ciclistas, é preciso investir em estacionamentos nas estações de trem, metrô e ônibus. Atualmente, segundo a pesquisadora, somente algumas estações do metrô oferecem esses espaços.


Conscientização

Flávia acredita que o Rio de Janeiro tem potencial para aumentar o número de ciclistas. “O carioca não tem tanto preconceito, não vê a bicicleta como transporte de pobre, como acontece em outras regiões. Acho que podem ser feitas promoções com artistas, por exemplo, para quebrar aqueles que ainda têm o estigma. A bicicleta tem que ser vista como um transporte ‘cool’ e acho que isso já está na veia do carioca, basta incentivo”, diz.

Enquanto a Secretaria de Transporte afirma que o Rio possui o título de ser o estado com a segunda maior rede de ciclovias da América Latina, Flávia ressalta que o que existe são apenas ciclovias.

“O que temos não é malha cicloviária, são ciclovias. Malha é um sistema integrado. Ter a segunda ciclovia da América Latina já é alguma coisa sim, mas você perceba que essas vias estão próximas à praia ou na Lagoa, ou seja, está associado ao lazer, não é para bicicleta como meio de transporte do dia-a-dia”.

Para a ela, o sistema de aluguel de bicicletas, que foi inaugurado no Rio em janeiro de 2009, é uma medida importante, mas ainda é falho. “É um sistema caro e ainda concentrado na Zona Sul”, criticou ela, que já usou o serviço e percebeu que o objetivo da maioria de quem aluga é utilizar o veículo para o lazer. “Vi muitos estrangeiros alugando”, disse.


Juliana DeCastro

16 de março de 2010

O Exemplo de Aracaju

A Prefeitura de Aracaju, por meio da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), vem incentivando o uso da bicicleta como principal meio de transporte alternativo da cidade, rumo à melhoria da mobilidade urbana. "Crescer com qualidade é o nosso principal projeto. O uso da bicicleta vai trazer vantagens coletivas e para o meio ambiente, já que não é poluente e ocupa pouco espaço. Considerando o trânsito urbano, esse é um meio mais rápido, e faz bem para o corpo", afirma o coordenador de ciclomobilidade da SMTT, Fabrício Lacerda. Para Fabrício, esse passeio foi o mais marcante que Aracaju já assistiu.

Segundo o superintendente da SMTT, Antônio Samarone, uma média de cinco mil pessoas participaram da terceira edição do passeio ciclístico, sendo que três mil se inscreveram pela internet e as demais compareceram sem fazer inscrição. "Hoje o pedido que mais ouvi foi de que o passeio seja realizado mensalmente. Aracaju, além de ser a capital brasileira da qualidade de vida, é a capital brasileira da bicicleta", observa.

Samarone informou ainda que a cidade possui mais de 50 quilômetros de ciclovias espalhadas pelas principais avenidas e que esse montante deve crescer. "O prefeito já determinou que a gente realize a recuperação de alguns pontos e solicitou a construção de mais ciclovias. A idéia é que, até o final da administração do prefeito Edvaldo Nogueira, a cidade seja coberta de ciclovias", divulga.

Apoiaram a Prefeitura de Aracaju no 3º Passeio Ciclístico: TV Sergipe, construtoras Cosil, Celi e Norcon, Torre Empreendimentos, Boa Luz, GBarbosa, Mulserv, Atacadão, Extra, Água Indiana, Setransp, Porto Seguro Seguradora, Magazine Bike Show, Unimed, Ciclo Urbano, Aracaju Pedal Livre, Água Mineral Cristal, Federação Sergipana de Ciclismo, entre outros.

Fonte: Prefeitura de Aracaju-SE