3 de março de 2011

Duas Rodas pela Paz




Por volta de 18:00h, uma concentração de ciclistas, monociclos, skates e bicicletas chamavam a atenção de quem transitava na Cinelândia.

Era o início da manifestação Massa Crítica, realizada ontem no Rio de Janeiro, como forma de protesto pelo atropelamento intencional de um grupo de ciclistas no último dia 25, em Porto Alegre.

O apoio às vitimas de POA trouxe para as ruas do Centro da Cidade aproximadamente 150 manifestantes, que durante duas horas reivindicaram por tolerância, gentileza e paz na convivência entre motoristas e ciclistas nas vias públicas.

O início do trajeto foi no cruzamento da Rua Santa Luzia com a Avenida Rio Branco, onde os ciclistas deitaram-se no chão para simbolizar de maneira impactante o cenário do atropelamento coletivo. Este gesto intitulado de “die-in” costuma ser usado em manifestações para representar e denunciar tipos de violência, e foi repetido algumas vezes nos cruzamentos das ruas principais do percurso.

A partir de então, uma faixa escrita “PAZ” ficou a frente do movimento, mostrando aos que passavam que não se tratava de um passeio de bicicleta, e sim, de um protesto em solidariedade aos ciclistas.

Além da faixa, a paz também foi representada pela entrega de rosas brancas aos motoristas e pedestres, garantindo em muitos um sorriso de apoio à causa.

Enquanto isso, outros motoristas expressavam a sua desaprovação através de buzinaços, reclamações e xingamentos.

Devido ao engarrafamento causado com o fechamento da rua, motos da Prefeitura com o auxilio de viaturas da PM intercederam na organização do trânsito e na segurança em todo o percurso (embora algumas vezes estes fossem os responsáveis por pequenas truculências e discussões). Dessa forma, a faixa da direita foi liberada para os veículos motorizados, enquanto a da esquerda, para a manifestação.

Um dos momentos de grande impacto visual foi a parada do grupo em frente ao Palácio Tiradentes (Assembléia Legislativa), onde os manifestantes subiram as escadas com suas bicicletas e as levantaram evidenciando a força do protesto.

Sob chuva, o grupo seguiu as ruas ao som de frases como “Um carro a menos, uma bike a mais”, “Atropelar ciclista não é acidente” e “Mais amor, menos motor”.

Além dos “gritos de guerra” que no decorrer do percurso foi ganhando fervor com o apoio de pedestres e pessoas em marquises, a indignação dos integrantes também era traduzida através de cartazes: “Ciclista não é vidente. Ligue a seta”, “Trânsito gentil”, “Você também é pedestre quando não ta no volante, respeite”.

Além das rosas brancas, panfletos foram distribuídos aos motoristas e pedestres, chamando a atenção para o direito do ciclista na utilização das vias públicas com segurança.

A manifestação que durou em torno de duas horas saiu da Cinelândia, percorreu a Rua Santa Luzia, Av. Presidente Antônio Carlos, Rua 1º de Março, Av. Presidente Vargas. Av. Rio Branco, retornando ao seu ponto inicial sob uma chuva de aplausos.


Roberta Araújo

Jornalista da VeliMobi


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***Plágio é crime e está previsto no artigo 184 do Código Penal.
Este texto pode ser utilizado para fins de divulgação, desde que seja citada sua fonte.

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